domingo, 22 de janeiro de 2017

el huerto vivo .1

E. quando pequene se misturava com as folhas, desengonçadamente mexia com as formigas, aranhas, sapos e escorpiões, lambia os caules aveludados e translúcidos dos plantas do fundo dos prédios, nos terrenos onde adultos não iam, com medo da sujeira. Mas era terra.
aqueles cantos cheios de coisas pequenas e meio vivas. tudo se mexia. e E. como uma gata curiosa menos assassina, mais encantada, queria comer os tatubolas, as taturanas, as minhocas, os caules verdes transparentes, a terra preta molhada, as folhas viscosas mas gostosas e as desconhecidas suculentas, as pequenas aranhas, e tudo ali naquele canto que ninguém ia. só E. ia. ou eventualmente o jardineiro.
e E. sabia que tudo aquela brincadeira era coisa de bruxa, era a graça toda da beleza da pirraça. Com o caule transparelúcido azul se fazia uma proção de segredo, um caldo segreto, um suco de medo. mas nada mortal, só feito de mistério e coração açurelado.  

Depois de ter doutrina e aprendizado, E. sabia um monte de coisas descrever e nomear. Mas ainda gostava mais mesmo era de plantar feijão na aula da profa Ana. na caixa de ovo, no algodão molhado. de fato o feijão cresce que nem mágica. Gostava da aula da profa Ana pq plantava o feijão e riscava as mesmas linhas que sua mãe dava pra riscar em casa. e continuava a ver que feijão crescia e as linhas ficavam mais bonitas, como se plantar feijão e desenhar fosse a mesmíssima coisa só que plantar desenho e riscar feijão no papel na terra era desenhar plantando e planificar verde no terral de paperra.

Passado um abismo de tempo, o importante é saber que E. afinal gostava mesmo de terra. tanto que decidiu depois de crescer e começar enrrugar, que era isso mesmo.  Aí E. fez uma coisa muito conhecida pelos seresumanes. Fez um huerto. uma horta.

começou a guardar tudo que fosse resto de comida crua. joguardava no quintal, acobertando de folha. depois cercou a volta de uma espaço de 7 por sete passos. antes de fincar a cerca, cavocou sem menisquencia dois palmos em direção pra baixo, e peneirou tudo que nem tapioca. ficou tão bonito que pensou na heresia de que quase já valeu a vida de tanta minhoca sentenciada aa decapitação súbita. Contar que na primeira inxadada na terra dura, já veio um terço de dúzia de sabiá comer as minhocas de carpitada.

Depois fez um caminho pra andar entre cada leira. de um jeito que dava pra alcançar o meio de cada canteira. depois pediu licença e cortou 2 bananeira véia e picotou pra fazer os caminho entreleiras.

depois misturou tudo que fosse bom pra terra na terra fofa; pra cada terra tem uma carência: era pó de pedra, pó de rocha, pó de mate, pó de café passado, cinza de fogueira, chorume de minhoquera, cuspe de cobra, cabelo de bode, unha de gata, peo de sola do pé da vó Bela, chifre de boi, água de mandioca, pelo de ovo; Sem falar nas plantas vivas que podava na lua cheia, por que quando a lua esta grande tudo que é bom sobe pra cabeça, e essa é a hora de desembainhar o facão pra riscar o capim nepecá. E também as ideia que precisa pegar o trem.

E aquela cama dos restos da cozinha também acabou por virar terra preta cheia de coisas meio vivas viscosas e gostosas. E aquilo também virou alimento para el huerto.

Cercou tudo, por final e depindurava na cerca o que sabia que era de proteger.

Então foi isso, fez esse monte de coisas e mais coisa ainda. Coisa que eu nem saberia falar, por que preciso ainda estudar muito disso. Mas fez que fez esse lugar sagrado. A horta era uma catedral de fé, uma obra de arte refinada, uma instalação copentorâmia, uma sala de aula, uma varanda de café...era o mundo todo, verdinho e todo protegido. e E. fotrogafou de todo jeito aquele huerto de sua vida. Até enrrugar que era normal enrrugar, e até que enrrugação seria sinal de sabedoria.

Seu huerto durou mais de cem anos. e tanta familia se criou entre os ninhos, os berços e as leras, que podia-se dizer que E. fora uma faísca inaugural daquele universo.

Curioso, por que E. nem existe ainda, e já Deusa...

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